ZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) - Dossier de demande d'autorisation préfectorale au titre des articles L.214.1 à L.214.6 du Code de ...
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ZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Dossier de demande d'autorisation préfectorale au titre des articles L.214.1 à L.214.6 du Code de l'Environnement Résumé non technique RIV 40353A Juillet 2016
Informations qualité Co n trô le q u a lité Ve rs io n Da te Ré d ig é p a r Vis é p a r : V12 Octobre 2015 D.PARISOT C. LESCOULIER Vdef Février 2016 D.PARISOT C. LESCOULIER V10 Juin2016 D.PARISOT C.LESCOULIER V11 Juillet 2016 D.PARISOT C.LESCOULIER De s tin a ta ire s En vo yé à : No m Org a n is m e En vo yé le : Yann BONNIN SAAM Juillet 2016 Frédéric SERRADEIL SAAM Juillet 2016 Co p ie à : No m Org a n is m e En vo yé le : Fabien BLASCO 3M Juillet 2016 Christine TORRES 3M Juillet 2016 Nicolas ZUMBIEHL 3M Juillet 2016 Camille PRAT 3M Juillet 2016 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34)
Table des matières P ré a m b u le ................................................................................................................... 6 1.1 Le c o n te xte g é n é ral ......................................................................................... 6 1.2 Le s é tu d e s p ré ala b le s ..................................................................................... 6 1.3 Io ta inté g ra te ur ................................................................................................ 6 P iè c e 1 - No m s e t a d re s s e d u d e m a n d e u r .................................................... 7 P iè c e 2 - Em p la c e m e n t s u r le q u e l le s tra va u x d o ive n t ê tre ré a lis é s .......... 7 P iè c e 3 - Na tu re , c o n s is ta n c e , vo lu m e e t o b je t d e s o u vra g e s e t tra va u x e n vis a g e s , e t ru b riq u e s d e la n o m e n c la tu re d a n s le s q u e ls ils d o ive n t ê tre ra n g é s ................................................................................................ 9 1. La ZAC ODE Ac te 2 ................................................................................ 10 2. La ZAC ODE Ac te 2, le p ro je t e n c h iffre s ............................................ 12 3. Le s a m é n a g e m e n ts h yd ra u liq u e s s u r la ZAC ODE Ac te 2 ................ 13 4. Ru b riq u e s d e la n o m e n c la tu re d a n s le s q u e ls le s o u vra g e s e t tra va u x d o ive n t ê tre ra n g é s ................................................................................ 21 P iè c e 4 - Do c u m e n t d ’in c id e n c e s d u p ro je t s u r la re s s o u rc e e n e a u , le m ilie u a q u a tiq u e , l’é c o u le m e n t, le n ive a u e t la q u a lité d e s e a u x, y c o m p ris d e ru is s e lle m e n t ..................................................................... 22 1. Eta t in itia l la re s s o u rc e e n e a u , le m ilie u a q u a tiq u e , l’é c o u le m e n t, le n ive a u e t la q u a lité d e s e a u x e t d e s é lé m e n ts a s s o c ié ...................... 23 1.1 Milie u p h ys iq u e ............................................................................................. 23 1.2 Milie u a q u a tiq u e ............................................................................................ 24 1.3 Vo irie e t ré s e a u x d ive rs ................................................................................ 30 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 3
1.4 Milie u x n a ture ls ............................................................................................. 30 1.5 P a trim o in e ...................................................................................................... 32 2. Eva lu a tio n d e s in c id e n c e s d u p ro je t s u r la re s s o u rc e e n e a u , le m ilie u a q u a tiq u e , l’é c o u le m e n t, le n ive a u e t la q u a lité d e s e a u x, y c o m p ris d e ru is s e lle m e n t e t m e s u re s a s s o c ié e s ............................... 33 2.1 In c id e n c e s d u p ro je t s u r le s e a u x s o u te rra in es e t m e s u res a s s o cié es ..... 33 2.2 In c id e n c e s d u p ro je t s u r le s e a u x d e s u rfa c e e t d e ru is s e lle m e nt – as p e c ts q u a n titatifs ..................................................................................................... 34 2.3 In c id e n c e s d u p ro je t s u r le s e a u x d e s u rfa c e e t d e ru is s e lle m e nt – as p e c ts q u a lita tifs ....................................................................................................... 39 2.4 In c id e n c e s d u p ro je t s u r la g e s tio n d e s e a u x u s é e s ................................... 40 2.5 In c id e n c e s d u p ro je t s u r l’a lim e nta tio n e n e au p o ta b le .............................. 41 2.6 In c id e n c e s s u r le m ilieu a q u a tiq u e et le s e s p èc e s a s s o c ié e s .................... 41 3. Eva lu a tio n d e s in c id e n c e s d u p ro je t s u r le s s ite s Na tu ra 2000 ........ 45 4. An a lys e d e la c o m p a tib ilité d u p ro je t a ve c le s o u tils d e g e s tio n d e la re s s o u rc e e n e a u ................................................................................... 46 4.1 P ré s e n ta tio n d e s o u tils d e g e s tio n d e la re s s ou rc e e n e a u ....................... 46 4.2 Co m p a tibilité d u p ro je t a ve c le s o u tils d e g e s tio n d e la re s s o u rc e en e a u ........................................................................................................................ 51 5. J u s tific a tio n d u p ro je t ........................................................................... 55 P iè c e n °5 - Mo ye n s d e s u rve illa n c e p ré vu s e t, s i l’o p é ra tio n p ré s e n te u n d a n g e r, le s m o ye n s d ’in te rve n tio n e n c a s d ’in c id e n t o u d ’a c c id e n t 56 1. Me s u re s d e p ré ve n tio n e t d e s u rve illa n c e .......................................... 57 2. Me s u re s re la tive s a u x m o ye n s d ’in te rve n tio n e n c a s d ’a c c id e n ts ... 58 P iè c e n °6 – Elé m e n ts g ra p h iq u e s u tile s à la c o m p ré h e n s io n d u d o s s ie r 59 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 4
Egis Eau Liste des figures Figure 1 : Localisation de l'aire d'étude ODE - Acte 2 ........................................................................................ 8 Figure 2 : Principe d’aménagement de la zone de l’Estanel ............................................................................ 16 Figure 3 : Zone d’expansion des eaux sur la zone humide de l’Estanel en crue centennale ....................... 27 Figure 4 : Zonages réglementaires à l’échelle du périmètre éloigné .............................................................. 31 Figure 5 : Enjeux écologique de la zone d’étude .............................................................................................. 32 Figure 6 : Incidence de la ZAC ODE Acte 2 sur les débits de pointe et les hauteurs d’eau.......................... 36 Figure 7 : Impact du schéma directeur du Negue Cats en crue centennale................................................... 38 Liste des photographies Photographie 1 : Axe stratégique de Montpellier à la mer - source : Atelier de concertation Ode Acte 2 – Montpellier Agglomération ................................................................................................................................. 10 Liste des tableaux Tableau 1 : Rubriques de la nomenclature dans lesquels les ouvrages et travaux doivent être rangés .... 21 Tableau 2 : Objectifs d’atteinte du bon état des masses d’eau - source : SDAGE RMC ............................... 29 Tableau 3 : Zones de Protection Spéciale (ZPS)............................................................................................... 31 Tableau 4 : Sites d'importance communautaire (SIC) ...................................................................................... 31 Tableau 5 : Incidence de la ZAC ODE Acte 2 sur les débits de pointe, Crues inférieures ou égales à la crue centennale ............................................................................................................................................................ 35 Tableau 6 : Analyse de la compatibilité du projet ODE Acte 2 avec le SDAGE Rhône - Méditerranée 2016- 2021 ...................................................................................................................................................................... 51 Tableau 7 : Analyse de la compatibilité du projet ODE Acte 2 avec le SAGE Lez – Mosson - Etangs Palavasiens .......................................................................................................................................................... 52 Tableau 8 : Analyse de la compatibilité du projet ODE Acte 2 avec le Plan de Gestion des Risques d’Inondation 2016-2021 du Bassin Rhône Méditerranée.................................................................................. 53 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 5
Egis Eau P ré a m b u le 1.1 Le c o n te xte g é n é ra l L’opération d’aménagement d’ensemble ODE à la Mer sur le territoire dit de la « Route de la Mer » consiste en une véritable reconquête urbaine et commerciale d’un territoire reliant historiquement Montpellier aux plages du littoral par l’axe de l’avenue Georges Frêche (anciennement dénommée RD21 – Route de Carnon/Route de la Mer). Ce sont 250 hectares repensés par Montpellier Agglomération, pour réinventer la ville dans une logique de mixité des fonctions urbaines et de revalorisation des espaces naturels singuliers : 6 000 à 8 000 logements, 75 000 m2 de bureaux et d’activités, 100 000 m2 de commerces, en renouvellement des surfaces existantes (+/- 5%), 45 000 m2 d’équipements publics. 1.2 Le s é tu d e s p ré a la b le s Dans la cadre du dossier de création de la ZAC Ode Acte 2, une étude d’impact a été réalisée. Elle a été instruite par les services de l’Etat et a fait l’objet d’un avis favorable de l’autorité environnementale en 2013. Cette étude d’impact a été soumise à enquête publique. L’étude d’impact et son volet milieux naturels figurent en annexe 2 et 3 du dossier. Une étude préalable des aménagements hydrauliques du secteur de l’Ecocité (dont fait partie la ZAC Ode Acte 2) et plus particulièrement les bassins versants de la Lironde et du Nègue Cat a fait l’objet d’un courrier de la DDTM/SER le 19 mai 2011 définissant les grandes orientations d’aménagement des ouvrages hydrauliques dans le secteur du projet Ode à la Mer. Par ailleurs, la problématique hydraulique sur le secteur d’étude a été étudiée à plus grande échelle, afin de garantir la cohérence des aménagements prévus par les différents projets : A9b, CNM, Gare Nouvelle de Montpellier, pôle urbain gare nouvelle et projet ODE à la Mer à l’aval du bassin versant. Pour ce faire, un schéma directeur du Nègue Cats a été élaboré en 2013-2014. Ce schéma directeur permet d’avoir une vision de l’état hydraulique sur le bassin versant au terme des différents projets et d’assurer la coordination d’ensemble. Ce schéma directeur a été approuvé par courrier de la DDTM en date du 27 Mars 2014. 1.3 Io ta in té g ra te u r La procédure du Iota Intégrateur ne nécessite pas de pièce complémentaire pour le présent dossier. 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 6
Egis Eau Pièce 1 - Noms et adresse du demandeur Etoile Richter 45 Place Ernest Granier CS 29502 34960 MONTPELLIER CEDEX 2 SIRET : 52113071600017 Pièce 2 - Emplacement sur lequel les travaux doivent être réalisés Le périmètre du projet ODE Acte 2, traversé du Nord au Sud par l’avenue Georges Frêche (anciennement appelée RD21 ou Route de la mer) se situe sur les territoires de Lattes et Pérols, dans le département de l’Hérault (34) et à quelques kilomètres au Sud-Est de Montpellier en direction du Littoral. Le projet de la ZAC ODE Acte 2, d’une superficie de 112 hectares, est idéalement positionné dans une zone stratégique, à proximité immédiate de l’A9 (moins de 2 km au Nord de la zone) et de la RD 66 (moins d’1 km à l’Est de la zone), ainsi que du Parc des Expositions et l’Aéroport International de Montpellier-Méditerranée (périmètre éloigné). Son emprise comprend également les centres commerciaux Carrefour Grand Sud (Lattes) et Auchan Plein Sud (Pérols). Deux axes transversaux sont à noter, à savoir la RD 172 et la RD 189, qui la traversent d’Ouest en Est. La ZAC Ode Acte 2 est également desservie par la ligne 3 du Tramway (arrêts Boirargues, EcoPôle, Parc Expo) ainsi que par les lignes de bus 106, 107 et 125 (Hérault Transport, Syndicat mixte des transports en commun de l'Hérault). 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 7
Egis Eau ZAC ODE Acte 2 Figure 1 : Localisation de l'aire d'étude ODE - Acte 2 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 8
Egis Eau Pièce 3 - Nature, consistance, volume et objet des ouvrages et travaux envisages, et rubriques de la nomenclature dans lesquels ils doivent être rangés 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 9
Egis Eau 1. La ZAC ODE Ac te 2 Aujourd’hui, l’axe stratégique de Montpellier à la mer représente une zone vieillissante avec un bâti et des aménagements dégradés, et une accessibilité piétonne difficile. La zone très étalée est monofonctionnelle, fort d’un architecture type « boite » et s’accompagnent de quelques espaces er naturels délaissés. La mise en service de la ligne 3 de tramway en avril 2012 constitue le 1 grand aménagement structurant du secteur, ouvrant la voie du changement le long de cet axe. Ce projet de ZAC d’une surface de 112 ha autour de cet axe poursuit la mutation du commerce dans le cadre d’un renouvellement urbain qui organise logements, bureaux, activités et équipements en îlots structurés autour des trois stations existantes de tramway de la Route de la Mer (avenue Georges Frêche), ponctués par des espaces naturels qui retrouvent leur place et leur identité. SOLIS / SORIECH CARREFOUR GRAND SUD ODE ACTE 1 FENOUILLET AUCHAN PLEIN SUD Photographie 1 : Axe stratégique de Montpellier à la mer - source : Atelier de concertation Ode Acte 2 – Montpellier Agglomération Les objectifs d’Ode Acte 2 reprennent les objectifs généraux du projet urbain défini dans la délibération n°11397 de la Communauté de l’Agglomération de Montpellier du 12 février 2013 - construire la ville de la biodiversité en intégrant les espaces naturels et agricoles, avec pour enjeux le maintien de l’agriculture et la consolidation des limites de l’urbanisation, le renforcement des corridors hydrologiques et la mise en réseaux des différents entités 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 10
Egis Eau naturelles (trames verts et bleues) ; et la restitution lorsque cela sera possible, de corridors écologiques - organiser les déplacements à partir des mobilités durables, en articulant le tramway et les réseaux de mobilité douces comme éléments structurants du système de déplacement, en repensant la chaine des déplacements et en intégrant la problématique de la logistique urbaine (approvisionnement commerces, livraison des clientèles) ; dans cette phase de l’aménagement, seront intégrées aux démarches urbaines les actuelles et futures stations de tramway de la Ligne 3 (Boirargues, EcoPôle, Parc expo, mais aussi celles à venir pour desservir Boirargues et le futur Pôle Autonomie / Hauts de Lattes) ; - maîtriser la performance énergétique et la ville à bas carbone, en intégrant les spécificités méditerranéennes et promouvant une rationalisation de l’offre, une réduction de la consommation énergétique et des bâtiments à basse consommation avec confort thermique ; - organiser la mutation du commerce et le renouvellement urbain vers la mixité fonctionnelle et sociale, en promouvant des opérations mixtes dans le tissu commercial, avec logements et services, articulés avec le système de déplacement. Sont notamment concernés : le secteur Grand Sud Carrefour sur les communes de Lattes et Pérols, et le secteur Plein Sud Bir Hakeim sur la commune de Pérols, la reconquête des quartiers commerciaux du Fenouillet, du Delta, du Solis ainsi que les façades du Soriech et de Boirargues face à Grand Sud. - Intégrer la question hydraulique dans la conception du projet, avec la nécessité de maîtriser globalement le risque hydrologique et en particulier d’assurer, lorsque cela s’y prête, la « réparation » hydraulique des secteurs imperméabilisés en renouvellement urbain et positionner des équipements hydraulique structurants. Pour cela, des équipements hydrauliques structurants seront mis en place, conformément au Schéma Directeur du Nègue Cats. Une gestion dynamique de ces ouvrages permettra d’optimiser leur fonctionnement en période de crue. 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 11
Egis Eau 2. La ZAC ODE Ac te 2, le p ro je t e n c h iffre s Le périmètre représente 112 ha environ, dont moins de 20% en extension urbaine : - 14,1 ha environ (12,5%) de zones naturelles préservées, - 19,2 ha environ (17,1%) de zone à urbaniser en extension urbaine, - 78,7 ha environ (70,3%) de zones déjà urbanisées à usage de constructions et voiries en renouvellement urbain. Les constructions existantes au sein du périmètre se montent à environ 142 000 m² de surfaces de plancher. Ces surfaces sont quasi exclusivement à usage de commerces. Le programme des constructions du projet urbain d’ODE Acte 2 prévoit à terme environ 640 000 m² de surfaces de plancher, dont environ 560 000 m² de surfaces de plancher destinées à être créées ou modernisées, auxquelles s’ajoutent environ 80 000 m² de surface de planchers existantes destinées à être maintenues. 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 12
Egis Eau 3. Le s a m é n a g e m e n ts h yd ra u liq u e s s u r la ZAC ODE Ac te 2 Objectifs des aménagements : Ils correspondent à ceux du schéma directeur hydraulique du Nègue Cats, élaboré par Montpellier Méditerranée Métropole et la SAAM et validé par les services de l’Etat le 27 mars 2014. Ce schéma directeur a été élaboré dans le but de respecter les principes suivants : - réduire les inondations sur les secteurs urbanisés existants, - limiter les développements urbains aux secteurs non concernés par les risques, - assurer la compensation règlementaire des aménagements réalisés, - réduire la pollution diffuse dans le milieu naturel, - coordonner l’ensemble des aménagements hydrauliques (quartiers Mogère et ODE, DDA9, CNM, Gare nouvelle) sur le bassin versant. Ce schéma directeur s’inscrit ainsi dans une politique de réparation de l’existant afin de réduire les inondations sur les secteurs urbanisés durant les dernières décennies sans précaution suffisante du point de vue des risques hydrauliques. Ainsi, les aménagements hydrauliques sur ODE visent notamment : - La compensation règlementaire du développement urbain : bassins de rétention structurants à l’échelle du secteur opérationnel. - La compensation de l’urbanisation réalisée, avant la Loi sur l’eau, sans compensation (réparation de l’existant) et la réduction des inondations sur les secteurs à enjeux existants. Ces aménagements seront mis en place au fur et à mesure du déplacement des enseignes commerciales existantes et de leur repositionnement le long de l’avenue de la Mer. - Le traitement qualitatif des rejets (diminution de la pollution diffuse apportée par les surfaces imperméabilisées et traitement de la pollution accidentelle). L’aménagement autour du marais de l’Estanel notamment, en permettant de traiter la pollution diffuse et accidentelle, constitue une amélioration significative de l’existant. Les prescriptions départementales en termes de calcul de la compensation des surfaces imperméabilisées dans le cadre d’une procédure d’Autorisation au titre des articles L.214-1 à L.214-6 du Code de l’Environnement ont été fixées dans une publication de la Direction Départementale des Territoires et de la Mer de l’Hérault en date du 02 Octobre 2012. « Les volumes de compensation de l’imperméabilisation à prévoir sont calculés par les deux méthodes suivantes et on retient la valeur la plus importante : 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 13
Egis Eau MISE 34 : 120 litres de rétention par m² imperméabilisé et débit de fuite (Qf) du bassin de compensation compris entre le débit biennal (Q2) et le débit quinquennal (Q5) de l’état actuel avant aménagement (Qf apprécié lors de l’instruction en fonction des enjeux) Méthode de simulation hydraulique, protection centennale » Les surfaces imperméabilisées par le projet ODE Acte 2 ont été définies par l’application d’un coefficient d’imperméabilisation global à chacun des ilots urbains. Ce coefficient d’imperméabilisation a ensuite été converti en coefficient de ruissellement appliqué à l’échelle de chacun des sous bassins versant du Nègue Cats. Par application du principe d’amélioration de l’existant défini dans le schéma directeur du Nègue Cats, les surfaces imperméabilisées sur les secteurs de renouvellement urbain (présentant donc une imperméabilisation existante en situation actuelle) seront, dans la mesure du possible, compensées au même titre que les surfaces nouvellement imperméabilisées sur les secteurs de développement urbain. Les volumes de rétention calculés par les deux méthodes ci-dessus sont donnés par le tableau ci- dessous : Simp S totale Simp projet Simp créée V (120 l/m²) V Modélisation Bassin versant Secteur Cimp projet existante (m²) (m²) (m²) (m³) (m³) (m²) Solis/Soriech 63983 0.77 49028 51186 -2158 Pôle Autonomie 202886 0.57 116386 19925 96461 Marais de l'Estanel Estagnol/Delta 103500 0.78 80730 22800 57930 Total marais de l'Estanel 152233 18268 18 800 Foyer des jeunes 2170 0.84 1823 0 1823 220 103 travailleurs (FJT) Fenouillet Nord 64170 0.27 17624 51336 -33712 Fenouillet Auchan/Bir Akeim 171550 0.86 147811 137240 10571 Aucune imperméabilisation Total Fenouillet (hors FJT) -23141 nouvelle, utilisation des bassins existants Description du projet hydraulique Marais de l’Estanel La zone humide existante (marais de l’Estanel) récupère actuellement les eaux issues du ruissellement pluvial des secteurs périphériques. Elle constitue l’exutoire pluvial naturel des différents secteurs concernés par le projet d’aménagement ZAC ODE Acte 2 : Soriech, Solis, Estagnol, Delta, Pôle Autonomie. Conformément aux orientations d’aménagement établies dans le cadre du schéma directeur du Nègue Cats réalisé en 2014, le principe retenu est d’utiliser cette zone naturelle afin de stocker, après traitement, les eaux issues des secteurs périphériques du projet urbain. La modélisation hydraulique 2D a permis de définir le volume nécessaire et les conditions de mise en œuvre. 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 14
Egis Eau Compensation de l’imperméabilisation En situation actuelle, une partie des eaux issues de ces secteurs sont d’ores et déjà stockées par le marais de l’Estanel. Le volume nécessaire à la compensation de l’urbanisation de ces secteurs 3 (compensation de l’urbanisation nouvelle et réparation de l’urbanisation existante) est de 18 800 m . Le stockage de ce volume entraîne une rehausse de 16 cm du niveau d’eau dans le marais de l’Estanel. Le bassin versant actuel drainé par ce marais a une superficie de 81.74 ha. Le débit quinquennal 3 actuel calculé à l’aide de la méthode rationnelle est de 4.3m /s. Le débit de fuite de l’ouvrage de 3 rétention est de 1.7m /s : il est bien inférieur au débit quinquennal actuel. Aucun terrassement n’est nécessaire à l’intérieur de la zone pour permettre le stockage du volume supplémentaire issu de l’urbanisation des secteurs Estagnol et Pôle autonomie. Aucun terrassement n’est nécessaire à l’intérieur de la zone pour permettre le stockage du volume supplémentaire issu de l’urbanisation des secteurs Estagnol et Pôle autonomie. Très localement, la berge rive droite du fossé constituant la limite Sud du marais présente une cote inférieure à la cote de remplissage du marais en crue centennale à l’état futur. La berge du fossé sera donc rehaussée ponctuellement. La hauteur maximum de cette rehausse est de 1 cm, sur un linéaire de 15 m. Cet aménagement très localisé permet au marais de l’Estanel d’assurer le stockage des eaux de ruissellement à l’état projet jusqu’à une occurrence centennale, sans débordement et sans déblai. Gestion dynamique du marais de l’Estanel : Les principaux bassins de rétention du schéma directeur du Nègue Cats seront équipés d’ouvrages permettant la gestion dynamique des bassins. Gérée à partir des données de l’outil Ville en alerte (outil en cours de développement par Montpellier Méditerranée Métropole pour la surveillance, la prévision, l’alerte et la gestion collaborative de crise liée au risque inondation), la gestion dynamique permettra d’optimiser en temps réel la capacité de stockage des bassins en période de crue en fonction des conditions hydrométéorologiques et d'écoulement des cours d’eau et également d’optimiser le traitement de la pollution diffuse et accidentelle en période normale. L’efficacité des bassins telle que définie par le schéma directeur sera donc significativement améliorée par la gestion dynamique, diminuant les risques inondation à l’aval et assurant une marge de sécurité supplémentaire tant sur le plan quantitatif que qualitatif. Le marais de l’Estanel fait partie des aménagements prioritaires pour la mise en place de la gestion dynamique. Ainsi l’exutoire du marais sera équipé d’un ouvrage de régulation dynamique. 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 15
Egis Eau Traitement de la pluie bimestrielle A noter également qu’en vue d’améliorer la qualité des eaux de surface de la zone, les eaux pluviales des secteurs urbanisés ne sauraient être rejetées directement au milieu récepteur. Afin de traiter les eaux pluviales avant rejet vers le marais de l’Estanel, des fossés périphériques seront aménagés de façon à drainer les pluies les plus courantes qui sont les plus chargées en pollution. L’objectif de traitement est une pluie de période de retour 2 mois et de durée 15 min. Au Nord du marais, une zone d’expansion naturelle existe à l’heure actuelle et recueille les eaux pluviales du Soriech et du Solis. Cette zone sera conservée de façon à abattre naturellement une partie de la pollution chronique. Elle sera aménagée avec la mise en place d’un dispositif de contrôle de façon à pouvoir traiter la pluie bimestrielle, pour un volume de 2 100 m³. Au-delà de la pluie bimestrielle, les écoulements surverseront par le déversoir puis au-delà d’une certaine cote, sur le merlon de cantonnement implanté entre le marais et cette zone d’écoulement naturelle. Les faibles hauteurs d’eau de stockage sur une surface très importante produiront naturellement un abattement de la pollution. Le système sera complété par la mise en œuvre d’une roselière à l’aval de la zone d’expansion. Au Sud du marais, aucune zone d’expansion naturelle n’existe à l’heure actuelle. Un fossé périphérique dimensionné pour un évènement centennal permettra de drainer les eaux pluviales de l’Estagnol et du Delta jusqu’à une zone de traitement. Ce fossé permettra de protéger le camping jusqu’à une occurrence centennale. Le fossé existant, implanté en bordure du marais au Nord du camping, sera conservé pour drainer les eaux pluviales du camping. En aval, un bassin de traitement 3 sera aménagé de façon à stocker une pluie bimestrielle de 700 m . Ce bassin sera équipé d’un dispositif de contrôle constitué d’un double orifice de fuite et d’une surverse calée 40 cm au-dessus de la cote fil d’eau de l’orifice de fuite. Au-delà de la pluie bimestrielle, les écoulements transiteront par cette surverse pour se stocker dans le marais. Le bassin sera constitué d’un système de traitement naturel de type roselières. Figure 2 : Principe d’aménagement de la zone de l’Estanel 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 16
Egis Eau Remblais en zone inondable Un secteur en bordure du marais de l’Estanel à urbaniser en état projet est inondé en état actuel. Ce secteur sera remblayé à la cote 6.10m NGF (cote centennale projet + revanche de sécurité de 45cm) de façon à protéger les nouvelles constructions pour une occurrence centennale. Secteur remblayé à la cote 6.10 m NGF 2 La surface totale à remblayer est de 10 300 m , dont 5 100 m² en zone inondable (en rouge sur la figure ci-dessus), ce qui représente un volume d’inondation soustrait de 1 500 m³. Cette diminution de volume sera compensée par un surstockage dans le marais de l’Estanel. Ce stockage représente une hauteur de 1cm dans le marais. A noter qu’une modélisation de la crue centennale à l’état projet a été réalisée avec une hypothèse d’obstruction de l’ouvrage de sortie du marais. Dans ces conditions, la cote de remplissage dans le marais est de 5.91 m NGF. La mise hors d’eau de ce secteur au Sud du marais est donc assurée y compris en cas de dysfonctionnement de l’ouvrage de fuite du marais. 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 17
Egis Eau Bassin versant du Fenouillet • Lot 1 : Le premier projet du secteur Fenouillet Nord prévoit la création d’un foyer jeune travailleur sur le terrain de l’ancien délaissé du giratoire de l’ex-RD21 au carrefour entre l’avenue G. Frêche et la RD 172. Ce projet entraine une imperméabilisation complémentaire de 1800 m², imperméabilisation au caractère provisoire compte tenu que le projet prévoit une diminution sensible de l’imperméabilisation du secteur Fenouillet comme décrit au paragraphe suivant. Par application des prescriptions départementales pour le dimensionnement des ouvrages de compensation de l’imperméabilisation, le volume de rétention à mettre en œuvre est de 220 m³. Ce volume permet d’assurer une protection centennale à l’état futur d’occupation des sols du lot 1. Le bassin de compensation sera réalisé à l’Ouest de la parcelle concernée selon les plans définis sur la figure ci-après et se rejettera dans le fossé existant le long de l’Avenue Georges Frêche. Le débit de fuite sera pris égal au débit quinquennal avant aménagement, soit 0.023 m³/s. Ce débit est compatible avec la capacité du fossé exutoire. La surverse sera dimensionnée pour permettre d’évacuer le débit centennal du projet. • Principe général : Sur le bassin versant du Fenouillet, il est prévu à terme de déplacer les enjeux actuels de façon à réduire leur vulnérabilité. Le projet de la ZAC ODE Acte 2 prévoit de diminuer l’imperméabilisation des secteurs en renouvellement urbain. Dans le cadre du projet d’ensemble ODE, une partie du bâti située en zone rouge PPRI sera supprimée. La diminution du bâti se fera au fur et à mesure des opportunités foncières de l’aménageur car les bâtis sont actuellement occupés, principalement par des commerces. 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 18
Egis Eau Il est donc envisagé, après accord avec la Police de l’Eau, de réutiliser les ouvrages de rétention existants sur le secteur sous réserve de ne pas augmenter l’urbanisation existante du secteur. Le coefficient d’imperméabilisation actuel de ce bassin versant global est de 0.53. En état futur, ce coefficient d’imperméabilisation sera de 0.41. L’urbanisation ne sera pas augmentée, les bassins existants peuvent donc être réutilisés en attendant la maîtrise du foncier. 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 19
Egis Eau Pente Ouvrage Surface H Bassins de Type Volume Ø orifice de des de Accessoires de Fonction moyenne utile Equipements Rampe d’accès rétention d’ouvrage (m³) fuite en mm talus surverse sécurité en m² en m H/V en m Double Vanne Non (ouvrage de très faible BR orifice L= 17 m martelière Aérien en Traitement 3/2 profondeur, longitudinal donc Traitement 700 4 000 0.4 Clôture déblais qualitatif Ø100 min H= 0.2 m Cloison accessible en totalité depuis les Estanel Sud siphoïde berges pour l’entretien) Ø400 Double Vanne Pas clôturé (pas BR orifice L= 55 m martelière de décaissement, Traitement Stockage sur Traitement 3/2 Non (pas de décaissement, stockage 2 100 15 000 0.3 stockage en Estanel terrain naturel qualitatif Ø100 min H= 0.2 m Cloison en surface sur terrain naturel) surface sur terrain Nord siphoïde Ø400 naturel) Compensation Pas de Vanne de surverse martelière Maintien de la l’imperméabilis Ø1000 sur la clôture existante ation et de la A terme : Non (pas de décaissement, stockage Marais de Surinondation existant RD21 en périphérie du suppression de 18 800 192 700 0.17 X Gestion par surinondation de la zone humide l’Estanel du marais sous jusqu’à la marais avec accès la zone dynamique du existante) Carrefour crue contrôlé par un inondable au débit sortant exception- portail fermé à clef Sud-Ouest du nelle marais Compensation Vanne Non (ouvrage de très faible Lot 1 L = 2.5 m martelière Noue de faible Noue de de profondeur, longitudinal donc Fenouillet 220 m³ 340 m² 0.9 Ø100 3/2 profondeur, pas rétention l’imperméabilis H = 0.1 m Cloison accessible en totalité depuis les Nord de clôture ation siphoïde berges pour l’entretien) 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 20
4. Ru b riq u e s d e la n o m e n c la tu re d a n s le s q u e ls le s o u vra g e s e t tra va u x d o ive n t ê tre ra n g é s Le projet de réalisation de la ZAC ODE Acte 2 entre dans la nomenclature des opérations soumises à autorisation au titre des articles L 214-1 et suivants du Code de l’Environnement. La nomenclature des opérations soumises à autorisation est donnée par l’article R 214-1 du Code de l’Environnement. Le projet de réalisation de la ZAC Ode Acte 2 est concerné par les rubriques suivantes : Na tu re d e la Ru b riq u e De s c rip tio n d e la ru b riq u e p ro c é d u re Rejet d’eaux pluviales dans les eaux douces superficielles ou sur le sol ou dans le sous- sol, la surface totale du projet, augmentée de la surface correspondant à la partie du bassin naturel dont les écoulements sont interceptés par le projet, étant : 2.1.5.0 Autorisation - supérieure ou égale à 20 ha (A) - supérieure à 1 ha mais inférieure à 20 ha (D) Installations, ouvrages, remblais et épis, dans le lit mineur d’un cours d’eau, constituant : - un obstacle à l’écoulement des crues (A) 3.1.1.0 - un obstacle à la continuité écologique (A ou D) Autorisation Ouvrage de régulation dynamique dans le lit mineur du cours d’eau au niveau du marais de l’Estanel Installations, ouvrages, remblais dans le lit majeur d'un cours d'eau : - surface soustraite supérieure ou égale à 10 000 m² (A) 3.2.2.0 Déclaration - surface soustraite supérieure ou égale à 400 m² mais inférieure à 10 000 m² (D) Remblai en bordure du marais de l’Estanel : diminution d’une surface de 4000 m2 Plans d'eau, permanents ou non : - dont la superficie est supérieure ou égale à 3 ha (A) 3.2.3.0 - dont la superficie est supérieure à 0.1 ha mais inférieure à 3 ha (D) Autorisation Utilisation du marais de l’Estanel comme ouvrage de rétention, d’une superficie supérieure à 3 ha Tableau 1 : Rubriques de la nomenclature dans lesquels les ouvrages et travaux doivent être rangés 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 21
Pièce 4 - Document d’incidences du projet sur la ressource en eau, le milieu aquatique, l’écoulement, le niveau et la qualité des eaux, y compris de ruissellement 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 22
1. Eta t in itia l la re s s o u rc e e n e a u , le m ilie u a q u a tiq u e , l’é c o u le m e n t, le n ive a u e t la q u a lité d e s e a u x e t d e s é lé m e n ts a s s o c ié 1.1 Milie u p h ys iq u e Le site est localisé sur les territoires de la ville de Lattes et Pérols, dans la plaine du Languedoc, non loin de la mer Méditerranée. L’emprise de la ZAC ODE Acte 2 présente une topographie relativement plane en raison de sa situation au sein de la plaine littorale. Le relief décline du Nord au Sud et de l’Ouest vers l’Est. Le département de l’Hérault bénéficie d’un climat méditerranéen aux étés chauds et secs et aux hivers doux et humides. Les extrêmes de température sont tempérés dans le secteur par la présence des étangs et l’action estivale de la brise de mer. Les précipitations sont typiques du climat méditerranéen avec une période sèche durant l’été, et un automne pluvieux. La hauteur totale des précipitations est de 629.1 mm par an, ce qui est assez élevé, mais le nombre moyen de jours de pluie dans l’année est assez faible (57.8), ce qui traduit des épisodes pluvieux brefs mais intenses. Les précipitations peuvent ainsi être violentes. Un épisode pluvieux ayant généré des désordres importants a été observé le 29 septembre 2014. Celui-ci a permis de faire un retour critique sur les cartographies de zones inondables établis dans le cadre du schéma directeur hydraulique du Nègue Cats réalisé en 2014. La valeur de la pluie observée le 29 septembre 2014 dont l’épicentre était centré sur la station pluviométrique de Fréjorgues est la suivante : La pluie observée en 1h est de 92.7 mm La pluie observée en 24h est de 299,5 mm Cette pluie est comprise entre une pluie centennale et une pluie exceptionnelle (1.8 fois la pluie centennale). La zone inondable observée le 29 septembre 2014 est similaire à celle de la crue centennale identifiée au schéma directeur sur les secteurs aval. Sur la partie intermédiaire, qui concerne de nombreux enjeux (lycée Champollion, zones d’activités, …), la zone inondable établie dans le cadre du schéma directeur est même supérieure aux observations du 29 septembre. 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 23
Cet événement démontre que la pluie retenue et les résultats des modélisations réalisées dans le schéma directeur sont fiables et représentent même de manière réaliste le fonctionnement du bassin versant en crue. En effet, l’enveloppe des zones inondables dépend essentiellement du volume de la lame d’eau ruisselée et pas seulement de l’intensité de la pluie. L’événement du 29 septembre 2014, bien que supérieur à une occurrence centennale, a permis de démontrer la fiabilité du schéma directeur, dont les principaux aménagements ont été vérifiés jusqu’à une crue exceptionnelle. 1.2 Milie u a q u a tiq u e Géologie La région montpelliéraine constitue une zone de transition avec au Nord, les premiers contreforts des garrigues occupés par des collines boisées et des plateaux calcaires, et au Sud, la plaine littorale recouverte, dans sa plus grande partie, de matériaux détritiques et d'alluvions. Les formations géologiques alluvionnaires sont sujettes à d’éventuels tassements lors de la réalisation d’aménagements. Domaines hydrogéologiques La zone d’étude est localisée sur la plaine littorale. Cette unité hydrogéologique est constituée par un épandage de Cailloutis du Villafranchien déposés dans une zone effondrée entre les collines des calcaires des Garrigues et le littoral. Latéralement, la plaine littorale (ou plaine de Mauguio Lunel) est limitée par les cours du Lez et du Vidourle. Le sens d’écoulement des eaux (souterrain et superficiel) est Nord-ouest - Sud est en direction de l’Etang de l’Or (Etang de Mauguio) et du canal de Lunel. En bordure rive gauche du Lez, un haut fond Pliocène constitue une ligne de crête piézométrique avec écoulement vers l’Etang de Mauguio à l’est, et vers le Lez et l’Etang de Pérols à l’ouest. Captages d’alimentation en eau potable Concernant les périmètres de protection AEP, deux sont situés à proximité du périmètre du projet : Le périmètre de protection éloignée des forages de Vauguières F1 et F2 (Mauguio), Le périmètre de protection éloignée du forage Garrigue Basse (Mauguio). La ZAC ODE Acte 2 n’interfère pas avec les périmètres de protection réglementaire des captages AEP les plus proches (le PPE des puits F1 et F2 de l’usine, se situe directement à l’Est de la RD 66, à environ 1 km de l’aire d’étude.). Du fait de la couche de limons fins et argiles qui la surplombent, la nappe est peu vulnérable à des pollutions accidentelles dues à des déversements de produits polluants ou hydrocarbures sur les sols. 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 24
Réseau hydrographique Le réseau hydrographique de l’aire d’étude est essentiellement constitué de la branche principale du Nègue Cats, le marais de l’Estanel, et des deux affluents du Nègue Cats que sont l’Estagnol et le Fenouillet. Le marais de l’Estanel est alimenté par le réseau pluvial de zones d’activité et par un réseau de fossés prenant naissance dans les coteaux du Domaine de Couran, par les eaux de ruissellement des secteurs limitrophes (Solis, Soriech..) ainsi que par les fossés bordant les chemins ruraux et la RD 172. En sortie du marais, le cours d’eau traverse l’Avenue G. Frêche (ex-RD 21) par le biais d’un cadre de 2 x 1 m directement connecté à une buse canalisant les eaux sous le parking de Carrefour Grand Sud. En sortie de buse, un cadre de 4,2 m x 2,1 m rétablit l’écoulement sous la RD 21E6. Il traverse la route d’accès à la ZAC Ode Acte 1 puis circule dans le fossé recalibré avant de se rejeter dans le bassin de rétention de la ZAC Ode Acte 1 Le ruisseau du Fenouillet est alimenté par le bassin versant rural situé au lieu-dit la Garrigue puis par le réseau pluvial de la ZAC du Fenouillet où se trouvent deux bassins de rétention en série. A la sortie des bassins, le Fenouillet traverse l’Avenue G. Frêche par le biais d’un cadre de 1,2 m x 1,2 m puis rejoint la branche principale du Nègue- Cats au droit du Parc de la Méditerranée. Le ruisseau du Nègue-Cats et son bassin versant Le ruisseau du Nègue-Cats prend sa source au Nord de l’aire d’étude, en amont de l’autoroute A9, sur la commune de Montpellier. Il traverse l’aire d’étude selon un axe Nord-ouest – Sud-est et chemine entre la RD 66 et l’Avenue Georges Frêche jusqu’au Nord de l’Arena avant de franchir le RD 66. Le ruisseau continue jusqu’à son exutoire, l’étang de l’Or, via l’étang des Salins. La déclivité générale du Nègue-Cats, de l’ordre de 4 ‰, et la condition limite aval imposée par le niveau de l’étang des Salins rendent les écoulements des eaux de ruissellement très difficiles dans le secteur du projet ODE à la Mer. Le bassin versant du Nègue Cats draine une surface de près de 1200 ha située sur quatre communes limitrophes : Montpellier, Lattes, Pérols et Mauguio. Le long de son parcours, la branche principale du Nègue Cats reçoit cinq affluents principaux : la branche n°2 : Ruisseau issu du Mas de la Combelle, la branche n°3 : Ruisseau de l’Estagnol, la branche n°4 : Ruisseau du Fenouillet, la branche n°5 : Ruisseau prenant sa source à l’aval de la Méjanelle et la branche n°6 : ce ruisseau draine toute la partie Est du bassin versant, depuis le domaine de la Planchude pour confluer avec la branche 5 au niveau du giratoire d’intersection entre la RD66 et la RD 172. La ZAC ODE Acte 2 est située sur les bassins versants des branches 3 et 4 du Negue Cats, affluents de la branche principale. Le réseau secondaire d’assainissement pluvial La ZAC voisine de Fréjorgues Ouest est drainée par un réseau de conduites enterrées ainsi que par une noue principale enherbée. Le réseau pluvial est connecté à un bassin de rétention situé au droit de la traversée de la branche 5 du Nègue-Cats sous la RD 66. L’exutoire de ce bassin est connecté à 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 25
une conduite qui se rejette dans la branche principale du Nègue-Cats entre la ZAC des Commandeurs et l’actuelle ZAC ODE Acte 1. Le quartier résidentiel de Boirargues est drainé par un réseau de collecteurs enterrés vers un fossé longeant Conforama puis la limite Nord du parking du centre commercial Carrefour Grand Sud (Lattes). Un ouvrage important connecte le quartier de Boirargues à ce fossé. Quatre autres rejets pluviaux secondaires drainent également ce quartier vers le même exutoire. La capacité d’évacuation pluviale de ce fossé est fortement limitée par une buse qui favorise les débordements sur le parking de Carrefour. L’exutoire final des eaux pluviales du quartier de Boirargues est la zone humide de l’Estanel au niveau de la sortie Est de Carrefour. Le centre commercial de Carrefour Grand Sud est drainé par un réseau enterré de conduites dont l’exutoire se fait au niveau de la sortie Est par le biais d’une conduite béton. Les enjeux et les dysfonctionnements constatés Diagnostic et enjeux sur le Nègue-Cats Sur le bassin versant de la branche principale du Nègue Cats, de nombreux enjeux sont recensés. L’ouvrage de franchissement de la RD189 est insuffisant pour des évènements pluvieux fréquents, ce qui entraine une coupure de cet axe de communication et des commerces situés à proximité. Immédiatement à l’aval de la RD189, le lycée Champollion constitue un enjeu fort : inondation de la partie basse du Lycée. Enfin à la traversée du secteur du Parc Méditerranée la capacité du Nègue- Cats est faible. Inondation de la zone humide de l’Estanel à l’état existant pour la crue centennale La zone humide du marais de l’Estanel constitue une vaste zone d’expansion pour les écoulements pluviaux situés en amont de l’avenue G. Frêche (apports des campings, de la zone économique du Soriech…). En l’état actuel, les ruissellements pluviaux pour une crue centennale se déversent dans la zone humide de l’Estanel et inonde quasi-intégralement celle-ci. La figure ci-après indique la hauteur d’eau en crue centennale : 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 26
Figure 3 : Zone d’expansion des eaux sur la zone humide de l’Estanel en crue centennale Diagnostic et enjeux sur le secteur du bassin versant de l’Estagnol Les apports de la zone urbanisée de Boirargues contribuent fortement à la problématique inondation du parking de Carrefour. Le centre commercial Carrefour Grand Sud est touché par des inondations. Diagnostic et enjeux sur le secteur du Fenouillet La Zone d’Activité Economique du Fenouillet constitue également un enjeu important sur le bassin versant du Nègue Cats. Ainsi, lors d’évènements pluvieux importants, une partie de cette zone est fortement inondée. Enfin, le secteur situé à l’amont de la RD66 (Parc d’activité de la Méditerranée) constitue le réceptacle de l’ensemble des écoulements de la partie ouest du bassin versant du Nègue cats. Ce secteur dont les écoulements sont contrôlés par les niveaux de l’étang des Salins et la capacité de 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 27
l’ouvrage de franchissement de la RD66 est fortement inondable pour des évènements pluvieux courants. Les enjeux liés au risque inondation constituent donc un enjeu fort qu’il est impératif de prendre en compte pour les projets d’urbanisation sur le bassin versant. Aspects quantitatifs et risques d'inondation Les Plans de Prévention des Risques inondation (PPRi) Les Plans de Prévention des Risques d’Inondation des communes concernées par le projet sont: Pérols : approuvé le 06 Février 2004. Lattes : approuvé le 06 Juin 2013 Hormis l’avenue Georges Frêche au droit du secteur du Fenouillet, pour laquelle aucun aménagement spécifique n’est prévu par le projet, la ZAC ODE Acte 2 n’est concernée par aucun des zonages d’aléa inondation des PPRi en vigueur. Pluviométrie Dans le cadre du présent dossier, nous retiendrons les ajustements réalisés par Ingerop sur le poste de Fréjorgues. Ces données pluviométriques ont été soumises à l’approbation des services de l’Etat dans le cadre des études hydrauliques menées pour le doublement de l’A9. Ces données ont été reprises dans le Schéma directeur du Negue Cats. Calcul des débits de pointe Le modèle utilisé est le modèle PCSWMM. La mise en œuvre de ce modèle permet de reconstituer les hydrogrammes de crue et les débits de pointe ainsi que de calculer les volumes écoulés en divers points du réseau hydrographique, compte tenu de l’occupation des sols et d’un épisode pluvieux de fréquence donnée. Les pluies de projet utilisées pour l’évaluation des débits de crue sont des pluies de type Keiffer (Chicago) de durée intense 30mn et de durée totale 24h. 2BZAC ODE Acte 2 - Lattes et Pérols (34) Page 28
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